Desembargadores Edvaldo Moura e Joaquim Santana são os novos dirigentes do TRE-PI

em sessão solene do dia 19 12 13, os Des. Edvaldo Moura e Joaquim Santana são os novos Presidente e Vice-Presidente do TRE-PI

Des. Edvaldo Moura, toma posse como novo presidente do TRE-PI em 19 12 13

Em solenidade bastante concorrida, o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), sob a presidência provisória do Juiz Federal Francisco Hélio Camelo Ferreira, e presença dos Juízes Membros da Corte Eleitoral João Gabriel Furtado Baptista e Dioclécio Sousa e Silva, bem como do Procurador Regional Eleitoral, Alexandre Assunção e Silva, deu posse e elegeu na manhã dessa quinta-feira (19), o Desembargador Edvaldo Pereira de Moura, seu novo Presidente, e o Desembargador Joaquim Dias de Santana Filho, seu Vice-Presidente e Corregedor Regional Eleitoral, para o biênio 2014/2015.

A solenidade no TRE-PI contou com as presenças do governador do Estado do Piauí, Wilson Nunes Martins, da Presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-PI), Desembargadora Eulália Maria Pinheiro, do Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Themístocles Sampaio, do Deputado Luciano Nunes Filho (Representando do Prefeito de Teresina), do Presidente da Associação dos Magistrados do Piauí, Juiz de Direito Leonardo Trigueiro e do Presidente da Seccional da OAB/PI, Willian Guimarães Santos de Carvalho, os quais compuseram a mesa de honra juntamente com os Desembargadores Haroldo Oliveira Rehem e José Ribamar Oliveira, que se despediam do TRE-PI.

Prestigiaram a solenidade os Desembargadores Francisco Antônio Paes Landim (Corregedor Geral de Justiça), Raimundo Nonato da Costa Alencar, Raimundo Eufrásio Alves Filho, Sebastião Ribeiro Martins, José James Gomes Pereira, Erivan José da Silva Lopes, Pedro de Alcântara Macedo, Hilo de Almeida Sousa, Ricardo Gentil Eulálio Dantas, Oton Mário José Lustosa e Fernando Lopes e Silva Neto, bem como muitas outras autoridades judiciárias. Presentes também o Deputado Federal Júlio César e os Deputados Estaduais Fernando Monteiro, Juraci Leite, Warton Santos, Merlong Solano, Wilson Brandão, Evaldo Gomes e Francisco Ramos.

Os Desembargadores Edvaldo Pereira de Moura e Joaquim Dias de Santana Filho, eleitos para comandar a Justiça Eleitoral no Piauí nos próximos dois anos terão como primeiro grande desafio a tarefa de realizar as Eleições Gerais de 2014. Após tomar posse, o novo Presidente do TRE-PI, antes de proferir o seu discurso, surpreendeu aos presentes ao ler homenagem e propor um minuto de silêncio ao líder da nação sul-africana recentemente morto, Nelson Mandela.

A seguir, os discursos do Desembargador Edvaldo Moura, novo Presidente do TRE-PI, e do Desembargador Haroldo Oliveira Rehem, que deixou a Presidência do Tribunal.

 

Prólogo ao Discurso de Posse do Desembargador Edvaldo Pereira de Moura na Presidência do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Piauí - Biênio 2014/2016.

 Senhores e senhoras,

 A humanidade inteira chora a morte de um dos mais emblemáticos ícones dos nossos tempos: o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela. É para ele que pedimos, neste momento, um minuto de silêncio, como ato de contrição e de condolências em respeito a um grande povo, a uma grande nação, por ele amada e representada em cada instante de sua atribulada existência.

 Não podemos esquecer de que nos sonhos e nas aspirações do senhor Nelson Mandela estavam ocultos os sofrimentos de muitos séculos dos filhos da grande mãe África, cujo sangue, lágrimas, suor e humilhações, fertilizaram as raízes do progresso de quase todas as nações do mundo moderno.

 Quando dedicamos sessenta segundos de silêncio em reverência à vida de um dos grandes mártires da luta pela dignidade do seu sofrido povo, estamos, também, reconhecendo a nossa parcela de débito na maldita diáspora, que entre os séculos XVI e XIX, provocou um dos maiores deslocamentos populacionais da história da humanidade. Isso, quando mais de doze milhões e meio de africanos foram escravizados e exportados para a América, Europa e algumas ilhas do Atlântico, compactados no fundo de embarcações pestilentas - os navios negreiros - também chamados de tumbeiros, sendo que apenas dez milhões e setecentos mil chegaram a pisar em terras estranhas ao seu sagrado chão.

 Que a honra, a coragem e o exemplo do senhor Nelson Mandela nos inspirem e nos fortaleçam a todos, quando seus olhos malferidos e envelhecidos passam a descansar para sempre nas entranhas de sua terra berço!

Discurso de Posse do Desembargador Edvaldo Pereira de Moura na Presidência do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Piauí - Biênio 2014/2016.

 “Quando os homens são puros, as leis são desnecessárias; quando são corruptos, as leis são inúteis.”

Benjamin Disraeli

 Senhores e senhoras: o dilema apontado pelo ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Benjamin Disraeli, Conde de Beaconsfield, um dos maiores inimigos do Brasil, ao longo do reinado de Dom Pedro II, guarda em si uma estonteante verdade e nos remete a um sombrio paradoxo, bem parecido com outras antinomias e aporias que perseguiram os nossos ancestrais e insistem em atordoar o nosso bom senso nestes dias de tantos problemas e tão parcas vias de solução. Afinal, as leis são necessárias ou não?

 É elementar para qualquer pessoa, mesmo sem o trato do conhecimento elaborado nos bancos universitários, que as leis são o suporte natural e insubstituível do que chamamos de Estado Democrático de Direito – essa extraordinária conquista dos nossos tempos - hoje sob o jugo nefasto das distorções semânticas de teleologias libertárias sediciosas e de interpretações com base em hermenêuticas obscurantistas, hábeis em distorções malévolas, próprias para a preservação de interesses escusos de uma parcela da sociedade descuidada de um progresso que limite ou elimine as suas regalias egoísticas.

 Em artigo de nossa lavra, publicado em revista de circulação nacional, citando Aristóteles, sustentamos que a governabilidade democrática deve se expressar na reciprocidade de tratamento igualitário, conferido aos candidatos e partidos políticos, a que estão filiados. O instinto gregário, tomado por contingenciamentos e buscas de melhores soluções convivenciais tem procurado preservar, como o bem último do homem, na escala de valores morais e sociais, a liberdade, cantada em prosa e verso, desde os limites imemoriais dos tempos, por todos os países civilizados do mundo. Essa liberdade é herança do pacto primordial, quando as hordas e as gens comunais procuravam garantias de sobrevivência nos seus agrupamentos tribais.

 Esse achado aristotélico é axiomático, monolítico e atemporal, porque a liberdade não respira e nem medra, onde não haja igualdade recíproca. É por isso que a democracia será sempre o fiel da balança na aferição dos atos e das aspirações humanas, em defesa da qual temos de arriscar a nossa própria vida.

 Há poucos dias, vimos, de relance, na internet, um jovem indignado, sugerindo que o cidadão, para fruir dos seus privilégios constitucionais, deveria ser habilitado como se habilitam as pessoas para dirigirem veículos automotores, e que seus títulos eleitorais tivessem a mesma complexidade legal de uma Carteira Nacional de Habilitação.

 Claro que a sugestão acima deve ser respeitada, pois sua revolta é também a nossa. A proposta tem o ardor da ira sagrada de uma juventude responsável, que já não suporta tanto desmando controlado por um anonimato cruel e aviltoso. Mas esse mal não poderá ser resolvido de modo tão simplista: o exercício da cidadania não caminha para uma finitude imediatista. Se os meios ainda não nos agradam, eles devem ser aperfeiçoados, com a maturidade da responsabilidade de cada um, e o empenho de todos os institutos sociais.

 Vem-nos do editorial do Boletim do IBCCRIM nº 251, de outubro deste ano, outra reflexão substanciosa e séria:

Há muito que a cena política brasileira se defronta – todos os dias – com práticas tão abomináveis quanto corriqueiras de desvios éticos e locupletamento do patrimônio público, ora em escalas menores, ora em proporções gigantescas. Assim se solapam, entre outros valores fundamentais da convivência social, a igualdade de condições entre indivíduos e entre pessoas jurídicas para desenvolver-se e exercer direitos constitucionalmente previstos, bem como o princípio da confiança que deve reger as relações entre cidadãos e as deles com o próprio Estado. O legado das raízes patrimonialistas de nossa cultura política parece conduzir, em uma sociedade cada vez mais aberta e plural, a um processo de desencantamento refletido da perda de credibilidade da classe política em geral, de partidos políticos e de instituições políticas e eleitorais que, no entanto, remanescem como essenciais à vida democrática. E aí reside um grande risco, ilustrado pela violência com que representantes de agremiações partidárias foram repelidos pela multidão em algumas das marchas que acompanhamos, a partir de junho do fluente ano.

 Se é verdade que, face à natureza mesma de sua estrutura política, sociedades democráticas podem ser mais suscetíveis ao alastramento da corrupção e que esse fenômeno é sintoma da própria crise da democracia, enquanto sistema de representação política, cabe às instituições e governos envidarem esforços para reduzir tais males à medida mínima tolerável. O desafio, mais uma vez, está lançado e, a bem das instituições e da democracia, esperamos seja ele vitorioso.

 O Direito, na expressão hegeliana, seria a realização crescente da liberdade dos indivíduos em trilhos bilineares e equidistantes. Daí a complexidade dos processos de nomeação daqueles que deverão gerir as coisas do Estado, depositário sagrado dos direitos e deveres do cidadão, divino pela própria condição de afinidade com o valor norteador da liberdade humana: a eticidade. Por isso, quem quer que se habilite a governá-lo, fazer suas leis e aplicá-las, deve estar imbuído dos inafastáveis e salutares princípios em que ele se funda, como nação politicamente organizada.

 O processo eleitoral, sem dúvida, é o mais sagrado, o mais difícil e o mais temerário, por consistir ele na sagração da responsabilidade de toda a cidadania. Com certeza, na consciência da escolha e na qualidade dos escolhidos, está o destino de todos os membros de uma sociedade a que devemos servir, com desprendimento e inexcedível zelo. A consciência de escolha fica com a capacidade moral e política do cidadão. Na qualidade do escolhido refletem-se a visão político-cultural do próprio povo e a lisura do processo eleitoral, como a mola mestra das garantias de sobrevivência e saúde moral do ente estatal.

 Nos dias que correm, vivemos uma crise civilizatória ou, porque não dizer, uma crise ética. O professor Sanches-Vasquez, emérito catedrático espanhol, com a sua inquestionável autoridade, afirmou que o grande teste para a ética são as relações de poder, uma vez que para ele, a ética se sobrepõe ao poder, subordina-o e precede a tudo e a todos. Obviamente, se partirmos deste princípio, constataremos que a norma ética, universal e atemporal, é a norma mãe, que gerou duas filhas: a norma moral e a norma jurídica, não universais, temporais e, infelizmente, nem sempre respeitadas pelos detentores do poder.

 Aliás, o homem moderno, mal acostumado com as improvisações e as hipocrisias da vivência política, salvo raríssimas exceções, vem perdendo o senso de importância da responsabilidade eleitoral. Antigamente, o postulante a cargo eletivo, vestia-se com uma imaculada túnica branca de linho, diante daqueles que deveriam escolhê-lo, para lhes mostrar, assim, que estavam tão cândidos por dentro, como por fora. Mas o conceito de candidatura, infelizmente, parece que perdeu sua essencialidade de cândido, branco, puro,imaculado. A palavra ganhou, agora, um tragicômico contraste semântico. Tudo indica que já fomos melhores e que a utopia de um mundo possível é que nos faz acreditar que todo esforço é válido nessa luta quixotesca em busca de uma Justiça que vise, de fato, ao bem comum, objetivo-síntese de todas as nações.

 Adotamos no Brasil, como é de sabença geral, a democracia representativa, norteada pelo pluralismo partidário, que deveria se empenhar pela legitimidade da representação política, sempre tisnada pelos conhecidos desvios de conduta de que se tem notícia e que somente será alcançada quando o processo eleitoral, do alistamento à diplomação dos candidatos eleitos não estiver contaminado pelos vícios do uso abusivo do poder econômico, do poder político, da corrupção e da fraude.

 Para que possamos garantir a lisura do processo eleitoral, é preciso que observemos o princípio da igualdade jurídica dos partidos e dos candidatos, oferecendo-lhes igual oportunidade de participação no processo formador da vontade eleitoral, que deve se expressar através da periodicidade das eleições, em que o sufrágio seja universal e o eleitor se manifeste livre e conscientemente.

 O atingimento de tão salutar desiderato, entretanto, só se verificará com o consciente e responsável controle do uso do poder político e econômico, entendido este como o emprego de dinheiro, através das mais diferentes técnicas, que vão desde a ajuda financeira, pura e simples, a partidos e candidatos, até a manipulação da vontade eleitoral, por intermédio da desvirtuada propaganda eleitoral e de outros meios não republicanos e não condizentes com o nosso atual estágio civilizatório.

 Senhores e senhoras,

 O ilustre publicista do início da República, Alberto Salles, positivista spenceriano, irmão do presidente Campos Salles, observou, naquele tempo, que “a elaboração intelectual e moral do brasileiro ainda não atingiu aquele ponto por todos almejado, em que a soma do poder adquirido é justamente balanceada pela soma de responsabilidade experimentada.” Aquele brado de alerta foi proferido em 1891 e, no entanto, permanece atual, como se tivesse sido proferido hoje.

 Nessa concupiscência famélica do poder, só o voto é importante e sem importância são os meios para a sua obtenção. Nossa cultura, nada ortodoxa, em Ciência Política, parece não querer mudar. Vemos nisso, com tristeza, o pirracento negaceio da eticidade, vulgarizando o desprezo pela moralidade, nítida afronta ao bem maior de todos, que é a dignidade do cidadão, sem a qual não medram, nem amadurecem as conquistas e a responsabilidade de um povo, inspirado em elevado nível de consciência crítica.

 Senhores e senhoras, há 140 anos, o deputado à Câmara do Império, Francisco Belisário Soares de Sousa, publicou uma obra denominada: O Sistema Eleitoral no Império, com um apêndice contendo a legislação eleitoral no período 1821-1889, até agora, uma das referências mais caras para quem pretenda conhecer, sob a carapuça de uma análise quente e aprofundada, a situação das diversas fases eleitorais experimentadas pelo Brasil, desde as Cortes de Lisboa, até a última reforma eleitoral do final da monarquia.

 Consoante suas percucientes, abalizadas e procedentes observações, a necessidade de uma urgente e inadiável reforma eleitoral, salta aos olhos de todos. Não há, no Brasil, quem não perceba os vícios, os defeitos e os graves problemas com que se defronta o nosso sistema eleitoral e não deseje, por mais desatento e por menos que medite sobre os assuntos de real interesse público, mudar esse estado de coisas, cuja perniciosa influência atinge, demolidoramente, as instituições nacionais.

 O sentimento mudancista, pois, é manifesto e não existe na vida política do Brasil um só cidadão, que se encontre satisfeito com o atuar político dos nossos governantes que, ressalvadas as honrosas exceções, elegem-se para os mais diferentes cargos, graças à manipulação da vontade do eleitor desprovido da necessária formação política e sem elevado nível de consciência crítica.

 O que se constata, com tristeza, é que esse grito de alerta, proferido há 140 anos, após interessante estudo crítico, apesar das mudanças operadas no contexto da realidade nacional, não perdeu a sua importância e mostra a necessidade de continuarmos vigilantes, para que possamos ter um país mais próspero, mais justo e mais igualitário, com que tanto sonhamos.

 Dissemos, acima, que esse comentário, franco e real, foi feito há 140 anos, no primeiro capítulo do livro “O Sistema Eleitoral no Império”, de autoria do deputado Belisário de Sousa. No entanto, por mais que a atualidade dessas revelações nos assuste, de uma coisa podemos ficar certos: as eleições de hoje, ainda muito longe da perfeição, não herdaram dos políticos atrabiliários de outrora, a prática do terror. Daqueles tempos só nos restou essa triste memória. Hoje, os dias são outros. Nós, os piauienses, já fazemos parte da elite de juristas eleitorais que trouxe à luz nos tempos modernos, a primeira tentativa de regulamentar o exercício do voto e a prática eleitoral no país.

 Felizmente, o panorama que se nos descortina vem pleno de promessas das mais alentadoras. Contra os erros do passado, eis que nos surge a modernidade resplendente e prazenteira com as maravilhas da tecnologia. Por capricho do destino somos, hoje, uma nação exemplar na tecnologia da captação do voto rapto, seguro e prático. Aliás, está, em nossos planos, fazer com que o voto biométrico seja implementado várias outras Zonas Eleitorais do Estado, ou, pelo menos, nos nivelarmos às demais unidades da Federação, que mais tenham avançado neste sentido.

 Quando Getúlio Vargas assumiu a chefia do Governo Provisório, após a Revolução de 1930, designou, pelo Decreto Nº 19.459, de 6 de dezembro daquele ano, uma Subcomissão Legislativa, a fim de estudar e propor a reforma da lei e do processo eleitorais. O grupo daquela Subcomissão estava composto por três notáveis: J. F. de Assis Brasil, João Crisóstomo da Rocha Cabral e Mário Pinto Serva. Deles sairia, em 1932, o nosso primeiro Código Eleitoral. Curioso é que, dentre as sugestões apontadas por Assis Brasil, constava a adoção de uma máquina de votar, para uso do eleitor, como possibilidade de dar mais garantia ao sufrágio universal.

 Uma das nossas intenções plantadas neste discurso, consiste em homenagear a singular figura do Ministro João Crisóstomo da Rocha Cabral, piauiense de Jerumenha, onde nasceu em 27 de janeiro de 1870. Ministro, jurista, político, professor e poeta, o doutor João Cabral é, também, o Anjo Tutelar desta Casa. É, portanto, em honra de sua pessoa que procuraremos manter acesa, neste templo da cidadania, a chama da esperança nas transformações políticas deste Estado, sempre ungindo em nossos julgados, a sacralidade do voto. Aqui, esperamos o progresso, tanto almejado por todos nós e pelos que, no passado, souberam ilustrar e honrar esta Corte Eleitoral. Tal progresso reside em ver o nosso Estado contar com um eleitorado ideal, onde os partidos políticos e os eleitores se relacionem dentro daquela harmonia de igualdade e de respeito às regras legais, ensejando um voto desvinculado de interesses perniciosos, com o qual se posa eleger candidatos dignos do nosso respeito e da nossa confiança.

 Senhores e senhoras, não estamos trazendo nada de especial e de diferente para melhoria do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí. Nossa missão não chega a tanto, por uma questão de puro pragmatismo e por conta de um aforisma muito divulgado pelo senso comum, segundo o qual não se deve mexer em time que está ganhando. É que estamos tendo a satisfação e o orgulho de tomar o bastão das mãos do nosso ilustre colega e particular amigo, Desembargador Haroldo Oliveira Rehem e do igualmente qualificado, colega e amigo, Desembargador José Ribamar Oliveira, dos eméritos integrantes desta Corte, Juiz Federal Francisco Hélio Camelo Ferreira, juízes de direito João Gabriel Furtado Baptista e Dioclécio Sousa da Silva, dos brilhantes juristas Walter Ferreira de Alencar Pires Rebelo e Agrimar Rodrigues de Araújo e, ainda, dos procuradores eleitorais, Alexandre Assunção e Kleston Pinheiro Lages, que seguindo as pegadas das gestões anteriores, tudo fizeram para a preservação do conceito e da intangibilidade da nossa Justiça Eleitoral. Com a mesma satisfação, estendemos nossas felicitações aos preclaros juízes substitutos, nossos particulares companheiros de luta indormida, desembargadores Sebastião Ribeiro Martins e José James Gomes Pereira e, por último, aos servidores desta Casa, liderados pela competente e dinâmica Diretora-Geral, Silvani Maia Rezende.

 Finalmente, referindo-nos à aporia de Disraeli, podemos garantir que as nossas preocupações deverão estar voltadas, não aos homens puros, para quem as leis são desnecessárias, mas aos que delas ainda se distanciam, para aqueles que as consideram inúteis e insistem em não aceitar que os tempos hoje são outros. É para esta última legião de displicentes e inobedientes contumazes, que a nossa gestão, de que também participa o nobre, competente, comprometido, diligente e responsável Desembargador Joaquim Dias de Santana Filho e todos os juízes, promotores e servidores eleitorais do Piauí irá se voltar, até o último momento de nossa permanência neste egrégio Tribunal, com o sagrado propósito de continuar, com muito zelo e coragem, a vigilância e o decoro conservados, com descortino, pelos honoráveis dirigentes que nos antecederam, nesta missão árdua e solitária. Missão essa, de imenso sacrifício, que a generosidade dos nossos pares ora nos confia e que, com humildade, perseverança e serenidade, haveremos de nos desincumbir, se não nos faltarem a clarividência divina e o gentil apoio de todos os distintos servidores, promotores de justiça e juízes eleitorais do nosso Estado.

 Se comecei o meu discurso com uma frase lapidar de Disraeli, quero encerrá-lo, com outra irrepreensível lição de sua insuperável lavra: “O segredo do sucesso é a constância do propósito”.

 E isso não nos faltará.

 Teresina, 19 de dezembro de 2013.

 Desembargador EDVALDO PEREIRA DE MOURA

 

 

Discurso de Encerramento do Biênio do Desembargador Haroldo Oliveira Rehem na Presidência do Egrégio Tribunal Regional Eleitoral do Piauí.

 Nesta data encerro, com muito orgulho, minha atuação como Presidente deste Tribunal. Quando digo orgulho, não é aquele orgulho que se contrapõe à humildade, à simplicidade, e que corrói a alma e obscurece a luz do espírito. Não. O orgulho a que me refiro é aquele salutar, de alegria pela realização de um trabalho que espelha o empenho, a dedicação, o amor por uma causa. A minha causa foi a Justiça Eleitoral, a mesma de todos os seus dignos, competentes e honrados servidores.

 Amo - este é verbo certo -, amo o Direito Eleitoral e esta instituição de Justiça. Todos sabem que, na seara das ciências jurídicas, minhas paixões são o Direito Notarial e o Direito Eleitoral. Este último, ainda em construção, é pautado por particularidades que o tornam intrigante, desafiador, mesmo porque dispõe sobre o acesso ao poder político, enfrentando, para sua consolidação, obstáculos de toda sorte, muitos dos quais encrostados na vida social por mais de um século, sendo necessário mais do que normas, mas uma verdadeira coragem e vontade, por parte dos agentes que fazem a Justiça Eleitoral, para superá-los.

 Encontrei esses desafios pela primeira vez em 1982, quando exerci a jurisdição eleitoral concomitantemente com as minhas funções de Juiz de Direito. Mas, também naquela oportunidade, encontrei nesta instituição judiciária servidores dedicados, que não mediam esforços para levar a efeito as eleições, mesmo nas condições precárias de uma época em que ainda não existiam os recursos tecnológicos de que ora dispomos. Foi assim em Várzea Grande, Francinópolis, São Félix, Elesbão Veloso, Castelo do Piauí, Piripiri, Altos, Campo Maior e na 1ª Zona de Teresina.

 Mesmo empenho e denodo encontrei nos servidores que tive a oportunidade e a felicidade de conhecer e compartilhar meus dias quando exerci a Presidência da Comissão de Propaganda Eleitoral, no prélio de 1996, ainda sob a égide da Lei nº 9.100/95, e como Juiz Auxiliar deste Tribunal, nas eleições de 2002, já sob o império da Lei nº 9.504/97.

 Servi, ainda, como Juiz Membro da Corte, na classe de Juiz de Direito, no biênio 2004/2005, tendo o apoio e a amizade sincera e fraternal da Dra. Hediane Lima Xavier, e, mais recentemente, como Corregedor Regional Eleitoral, e ainda, como Vice-Presidente nesse mesmo biênio 2010/2011, ganhei esse mesmo apoio e amizade fraterna, dessa pessoa também ímpar chamada Dr. Henrique Moreth-Shon.

 Como se vê, antes de assumir a Presidência deste Tribunal, já conhecia a Casa e sabia do inquestionável valor dos servidores que fazem dela uma instituição das mais admiradas e respeitadas deste País. Essa admiração e esse amor pela Justiça Eleitoral levaram-me a fazer tudo o que estivesse ao meu alcance para, como Gestor, adotar todas as medidas possíveis de valorização do pessoal e do aperfeiçoamento dos serviços, tarefas que não se revelaram tão fáceis após ter recebido da administração do competente Des. Raimundo Eufrásio Alves Filho, um órgão muito bem organizado, uma máquina ajustada e parecia não exigir grandes mudanças.

 Ainda assim, auxiliado que fui pela sempre brilhante, competente e zelosa Dra. Silvani Maia Resende Santana, Diretora-Geral, e pelos Secretários Hediane Lima Xavier (Judiciária), Henrique Moreth-Shon (Assessoria da Presidência), José Alves Siqueira Filho (Gestão de Pessoas), Anderson Cavalcanti Lima (Tecnologia da Informação) e Sidnei Antunes Ribeiro (Administração, Orçamento e Finanças), e os seus extraordinários respectivos times, conseguimos avançar em searas que, como dito, pareciam não comportar aperfeiçoamentos, dada a excelente antecedente gestão.

 Menciono essa equipe de talentosos servidores porque, como Presidente, não me bastaria a experiência de julgador, embora longa, contando mais de três décadas dedicadas à Magistratura. Tive, nessa função de Administrador Público, que movimentar outros talentos e habilidades aqui existentes para bem gerir a coisa pública e levar adiante os inúmeros projetos que encontrei tão bem planejados no biênio anterior.

 Além disso, estava ciente de que enfrentaria novos desafios, o primeiro dos quais a condução de um pleito eleitoral municipal, em 224 municípios, coordenando, apoiando e supervisionando, em conjunto com o eminente Des. José Ribamar Oliveira, parceiro incansável nesta empreitada, os diversos conflitos de interesses que desperta uma disputa dessa natureza.

 Daí por que procurei me cercar de uma equipe de servidores com os quais pudesse contar a todo instante na realização desta missão. Tinha consciência de que teria pela frente um árduo trabalho, mas trazia comigo a certeza de que não me encontrava sozinho, e sempre procurei planejar, decidir e executar conjuntamente, não apenas com o time dantes mencionado, mas também com os dignos Pares que compõem esta Corte Eleitoral, com os quais pude compartilhar as maiores dificuldades, para juntos encontrarmos as melhores decisões que melhor pudessem ser aplicadas a cada situação.

 Neste passo, menciono as oportunas palavras do humanista Carlos Gonzalez Pecothz, de que tive conhecimento pela querida e também fraternal amiga, Dra. Silvani, nos seguintes termos:

 Um obstáculo pode ser intransponível para um, mas não para muitos. Uma pesada viga de ferro atravessada sobre um estreito caminho dificilmente será removida por duas mãos apenas; tem-se visto sempre, nestes casos, ser necessária a cooperação de muitas para afastá-la e prosseguir caminho. Nisso reside o segredo da colaboração. Pode o obstáculo exceder o esforço pessoal, mas deve existir a convicção de que esse obstáculo será eliminado com a colaboração de todos”.

E é por isso que eu sempre digo que ninguém chega a lugar nenhum sozinho. Graças ao Senhor meu DEUS, nunca estive só, e graças ao apoio das companheiras e companheiros de jornada, muitos avanços foram alcançados na gestão que ora se encerra.

 Encontrei na área judiciária, ou melhor, na gestão da atividade-fim do Tribunal, um estoque de 343 processos e, devido ao empenho dos dignos Magistrados que compuseram e compõem esta Corte e dos ilustres Procuradores Eleitorais, auxiliados por seus respectivos e também competentes assessores, bem como da valorosa equipe da Secretaria Judiciária, pode ser mantido um ritmo célere de julgamento, superando, inclusive, as metas fixadas pelo egrégio Conselho Nacional de Justiça. Com efeito, ao longo deste biênio, foram distribuídos cerca de 2.850 processos e julgados em torno de 3.000, números estes que demonstram a intensidade da atividade jurisdicional neste TRE.

 Busquei ampliar o diálogo e aprimorar a interface de comunicação e aproximação com a comunidade, sejam advogados, operadores do direito, partes e interessados, disponibilizando canais de comunicação eficientes, como o Portal da Transparência, o Serviço de Informação ao Cidadão, a Ouvidoria, dentre outros, que tornassem a todos o trabalho desta Corte Eleitoral mais acessível. Além dos meios/veículos já citados, foram implantados o Informativo Eleitoral e o Projeto Sessões On-line. A Biblioteca foi modernizada, contando com acessibilidade e tecnologias adequadas aos usuários portadores de necessidades especiais. Levamos adiante o Projeto Disque-eleições, a Revista Jurídica do Tribunal e o Projeto Visita Técnica de Estudantes de Direito, que atingiu um índice de mais de 300 alunos recebidos ao longo dos últimos dois anos.

 Neste período, foi concluída a digitalização de mais de 1 milhão e 500 mil páginas do acervo do arquivo central do TRE/PI, cuja base de dados, composta por aproximadamente 20 mil documentos, hoje se encontra acessível na sua forma virtual.

 Na área de Gestão de Pessoas, redobramos os esforços e buscamos meios alternativos para minimizar as dificuldades encontradas, relacionadas, principalmente, com o comprovado déficit de pessoal. Não foi fácil contornar tal situação, sobretudo quando temos uma legislação limitadora de ações e iniciativas para minimamente atender à demanda crescente de serviço na Justiça Eleitoral, notada e especificamente em um ano eleitoral, e de eleições municipais, onde a maioria dos Cartórios Eleitorais dispunha de apenas um servidor para realizar as múltiplas, extenuantes e complexas atividades exigidas em tais períodos. Tivemos a felicidade de podermos contar com o apoio do Tribunal Superior Eleitoral, ainda na gestão da competente, amiga e por demais solidária, Dra. Patricia Landi, Diretora Geral daquela Corte, que, ao receber uma demanda deste Regional, voltada para a terceirização do serviço de apoio técnico às zonas eleitorais, prontamente acolheu o projeto elaborado por este TRE/PI e disponibilizou o recurso necessário para licitação e contratação de 01(um) técnico de informática para todas as serventias eleitorais, cujos profissionais foram previamente treinados e preparados, para atender a todas as necessidades da atividade cartorária típica do processo eleitoral. Por outro lado, os Juízes Eleitorais lançaram mão da faculdade prevista na Lei nº 6.999/82, buscando a salutar parceria que deve existir entre os órgãos públicos locais, para requisição de 191 servidores, dos quais 38 requisições temporárias de no máximo 6 meses, cujo corpo funcional foi e será sempre de fundamental importância, para que os Juízes Eleitorais pudessem se sentir minimamente auxiliados na realização do seu mister. Some-se a tudo isso, a prestimosa colaboração de uma equipe de devotados servidores desta Casa, que se colocaram à disposição para assistir as zonas eleitorais, nos momentos de maior intensidade de trabalho em cada etapa do processo eleitoral. A todos os que vestiram a camisa da Justiça Eleitoral e, sem esquivas de qualquer natureza, partiram para as Zonas Eleitorais e dedicaram seus esforços pelo êxito da missão institucional desta Justiça Especializada, faço consignar, aqui e agora, a minha eterna gratidão!

 Mantive-me sempre atento às propostas e sugestões de toda a minha equipe de auxiliares diretos, uma vez que sempre me foram apresentadas inúmeras demandas no que pertine ao aperfeiçoamento da gestão com a consequente edição de diversos normativos internos.

 Como a administração é e deve ser impessoal e fundada na legalidade, tornou-se indispensável a edição dos atos propostos, todos precedidos de estudo, discussão, sugestão e deliberação pelo Comitê Gestor da Estratégia, até que a matéria chegasse à superior apreciação do Tribunal, com a indispensável participação do Ministério Público Eleitoral, o que se traduz em uma gestão inteiramente compartilhada. Dessa iniciativa resultaram as normatizações sobre o Código de Ética do Servidor, a instituição do Plano de Ação para o Controle de Requisição de Servidores, o disciplinamento do pagamento de Serviço Extraordinário e a formação do Banco de Horas, o regramento sobre a Aquisição de Passagens Aéreas, segundo os critérios de economia, o Controle e Pagamento de Diárias, o Programa de Assistência à Saúde, a reestruturação da Secretaria do Tribunal e a aprovação de seu novo Regulamento, dentre outros instrumentos que possibilitaram uma gestão pautada na legalidade, eficiência, efetividade e transparência, todos alinhados ao Plano Estratégico do Tribunal.

 Foi mantido um programa anual de capacitação, alinhado com a estratégia do Tribunal, de forma a possibilitar aos servidores desta Casa a participação em aproximadamente 57 treinamentos presenciais, dos quais 14 à distância, atingindo um total de 1.469 participantes, resultando, assim, numa capacitação alinhada às necessidades das diversas áreas do TRE/PI. Vale destacar, nesse particular, a suma importância da Escola Judiciária Eleitoral – EJE, que, sob a Direção do competente Juiz Federal Sandro Helano Soares Santiago, e agora do não menos brilhante, Juiz Federal Francisco Hélio Camelo Ferreira, atuou e atua em parceria com a área de capacitação deste Regional e promoveu mais de 05 cursos, para atender a juízes, servidores, promotores e a comunidade em geral.

 Manter a máquina pública em perfeito funcionamento exige do gestor parcimônia na aplicação dos limitados recursos públicos. Sim, a riqueza da Justiça Eleitoral está no seu quadro de pessoal e em parcela de sua estrutura, mas não na abundância de recursos, como podem acreditar pessoas mal informadas. Contamos com um orçamento anual de pouco mais de R$ 13 milhões, excluídas as despesas com pessoal e o orçamento específico de eleição, em torno de R$ 6,5 milhões. Contudo, com economicidade e eficiência na aplicação desses recursos, foi possível levar adiante o Projeto Sede Nossa, deixando hoje a infraestrutura cartorária em funcionamento em 22 prédios próprios, dos quais 1 inaugurado nesta gestão, 35 imóveis alugados, 34 cedidos pelo Tribunal de Justiça do Piauí, em razão de histórica parceria e bom relacionamento com a Corte Estadual, e 2 cedidos por outros órgãos públicos.

 Para mantê-los em perfeitas condições de funcionamento, há dispêndios com mobiliário, manutenção, limpeza, dentre outras despesas públicas, de modo a garantir conforto e segurança não apenas aos Juízes e servidores, mas a todos os usuários dos serviços da Justiça Eleitoral.

 Por todas estas razões, acreditamos, sem titubear, que o futuro gestor receberá uma infraestrutura de funcionamento em condições plenas de prosseguir nessa caminhada. Este Tribunal conta com uma rede de comunicação de qualidade, dispondo de 91 linhas dedicadas, das quais 5 com 4 megabytes por segundo, 5 com 1 megabyte por segundo, a maioria com 512 quilobytes por segundo, algumas poucas com 256 quilobytes por segundo de velocidade e apenas 9 interligadas por VSAT, com 128 quilobytes por segundo. Seu parque computacional é moderno e composto por mais 1.700 unidades de equipamentos.

 Além do desafio do primeiro ano de gestão, assumimos, como partícipe direto do projeto alavancado pela digna e competente Ministra Carmem Lúcia, Presidente do col. TSE, o compromisso de ampliar o Projeto Biometria no Estado do Piauí, levando o recadastramento biométrico para mais 8 municípios, incluindo Teresina, em grande missão coordenada pelo competente Dr. João Henrique Sousa Gomes e sua excelente equipe, de forma que, ao final desta gestão, possa o Piauí contar com mais de 35% do eleitorado apto a votar com o sistema biométrico de identificação do eleitor.

 Antes de concluir essa sumaríssima prestação de contas, destacando apenas alguns pontos que reputamos de maior importância para todos, em especial para os futuros dirigentes deste Tribunal, ressaltamos que não mais se pode prescindir, nos dias atuais, de uma gestão sem planejamento. Com efeito, se muito foi realizado, devemos isso ao fato, absolutamente relevante, de este Órgão contar com uma unidade de planejamento e uma cultura implantada da gestão por projetos previamente elaborados, do que para tanto, deixamos instalado o seu Escritório de Projetos Institucionais – o EPI.

 Assim, ao assumirmos a Presidência, recebemos das mãos do eminente Des. Raimundo Eufrásio Alves Filho, o planejamento integrado das eleições que este e. Tribunal haveria de realizar, da mesma forma como agora estamos deixando aos também eminentes Desembargadores Edvaldo Pereira de Moura e Joaquim Dias de Santana Filho, um planejamento de eleições previamente elaborado e aprovado por esta Corte, composto de 13 Projetos e 26 Planos de Ação, cujo documento, temos completa certeza, muito lhes auxiliará na condução do pleito vindouro.

 Aliás, muito do que fora planejado já se encontra em fase avançada de execução, a exemplo das providências preliminares adotadas em relação à parte de logística para as eleições, para o que ficam adiantados todos os processos licitatórios de registro de preços para aquisição de material de eleição, inclusive com as respectivas contratações efetivadas. De igual modo, encontram-se os processos referentes à contratação de serviços para as eleições, totalizando 17 termos de referência e projetos básicos já elaborados, o que facilitará, em muito, a dinâmica da próxima gestão.

 Além dos projetos voltados para as eleições, o TRE/PI possui uma carteira de 29 projetos institucionais, os quais precisam ser apoiados e levados adiante, porque concebidos em perfeito alinhamento com o mapa estratégico do Tribunal, merecendo destaque os projetos de Sustentabilidade, Acessibilidade, Agentes de Cidadania, Sede Nossa, Recadastramento Biométrico, Processo Administrativo Eletrônico e Processo Judicial Eletrônico.

 Finalmente, embora a missão de administrar seja induvidosamente pesada, sobretudo para o Magistrado, visto que é mais afeto à atividade de julgar do que de gerenciar, esta última se torna mais leve quando existe o devido planejamento, uma competente equipe e quando se conta com instrumentos efetivos de controle interno. Para tanto, estamos tranquilos quanto à transparência desta Administração, que ora entregamos, porque não apenas foi externamente auditada pelo egrégio Tribunal de Contas da União, mas, também, na sua forma interna, pela também competente Unidade de Controle Interno, consoante os respectivos planos de auditoria anual, de forma que todas as recomendações determinadas e os achados de auditoria, sejam eles externos ou internos, foram, a tempo e modo, encaminhados para as correspondentes providências de correção e aperfeiçoamento da gestão.

 Essa foi a contribuição que pude deixar na construção perene da Justiça Eleitoral. Levo em meu coração não só aquele orgulho salutar de que anteriormente me reportei, mas, também, e em especial, a honra de ter servido, por mais de três décadas, a esta Instituição Judiciária, nos seus mais diversos órgãos, e ter ajudado, acredito verdadeiramente nisso, com um trabalho sério, honesto, transparente e com profundo e sincero amor pela carreira que abracei, na consolidação do regime democrático deste nosso País.

 Não deixo para trás - e tampouco assim o faria -, as amizades que tive a honra e a felicidade de fazer, porquanto eu sempre as terei, uma vez que elas passaram a ter um novo endereço: o meu coração. Também jamais me esquecerei de todas as pessoas que, cada qual em sua função, estiveram ao meu lado nessa jornada, a qual, repiso, jamais a faria sozinho. Quero, então, externar a minha sincera gratidão e entregar o meu afetuoso, leal e fraternal abraço aos Senhores e as Senhoras abaixo nominados:

  Equipe da Vice-Presidência, no biênio anterior: Henrique Moretz-Sohn, Antonio Francisco Nogueira Carneiro e Sidney Pinheiro de Morais.

 Equipe da Corregedoria, também no biênio anterior: Hediane Xavier, Clícia, Célia, Edmar, Aldelurdes, Isabel, Oscar, João Paulino, Liana, Daniel, João Roberto, Humberto, Álvaro e Luzia Sobral.

 Equipe do Gabinete da Presidência, neste biênio: Rafaella, Karine, Andréia Santiago, Isabel Torres e Cleofo.

 Equipe da Assessoria da Presidência, neste biênio: Henrique Moretz-Sohn , Antonio Carlos (vulgo Pacujá), Vanessa, Julianna.

 Diretoria-Geral (servidores com maior contato): Silvani (Diretora), Verival (Susbstituto), Miram.

 Secretários/Coordenadores com quem teve maior contato: José Filho (SecGestãoPessoas), Hediane (SecJudiciária), Edilson (COordenadSesseApoioaoPleno-, Secretário das Sessões substituto), Anderson (SecTecIinformação), Sidnei (SecAdminOrçam_eFinanças), Joaquim (SecAdminOrçam_eFinanças, Substituto).

 Colegas de Apoio ao Pleno: Ananias, Pedro, Sávio e o Daiton na Mesa de Som.

 Colegas da Segurança aos Membros da Corte: Claudemir Pereira, Wesley Melo e Marcelo Ribeiro.

 Colegas da Recepção: 1) Prédio Antigo: Raiara Maria e Tarcila Mesquita. 2) Prédio Novo: Elayne Cristina e Francisca Rodrigues.

 Colegas Garçons: José Alencar, Renato Nascimento, Judson Oliveira e Johanes Keppler.

 Colegas da Limpeza das Salas da Presidência, Assessoria Jurídica e de Apoio: Laís e Aline.

 Faço registrar, também nesta oportunidade, a minha gratidão e amizade fraternal aos diletos parceiros e colaboradores do Gabinete que ocupo no “outro lado da praça”, o Tribunal de Justiça: Alysson, Dirce, Rafaella, Flávia, Laís, Vilene, Cynthia e Carla, pois, através da constante ajuda por eles a mim emprestada, foi bem pequena a perda de produção para com as tarefas por mim desempenhadas naquela Corte de Justiça Estadual. Estendo estes mesmos sentimentos para a amiga Amanda Augusta, responsável pela coordenação dos trabalhos da Ouvidoria daquele egrégio Tribunal.

 Propositadamente, deixei, por último, para fazer o registro desta menção honrosa a este meu time de servidores que, durante quase 6 anos, tive a honra, o privilégio e a alegria de poder, com eles, compartilhar e conviver a titularidade dos trabalhos levados a cabo pela sempre querida, inesquecível fantástica 1ª Zona Eleitoral, nesta Capital, pedindo-lhes permissão para nominá-los em ordem alfabética, visto que todos estão e estarão no mesmo patamar dentro do meu coração. Assim, em seus nomes, gravo a minha carinhosa e fraternal gratidão a todos os demais servidores das Zonas Eleitorais deste meu Estado. São eles:

 Antonio Carlos Barbosa

Carlos Eduardo Gomes Tavares

Célia Márcia Carneiro

Cleofo Freire da Silva

Danilo dos Santos Veras Júnior

Deusacy Barbosa Coelho Borges

Eraldo Eudes Maia

Francisco Juramar Leitão Machado

João Alves Cavalcante Neto

José Francisco de Morais Machado

Luíza Santana

Marcos Antônio Castelo Branco Brandão

Maria Delzuite Moreira da Silva

Maria de Fátima Elias Feijão Machado

Maria do Rosário de Fátima Pacífico Leal

Melca Tupinambá Caland Queiroz

Oscar Moreira de Carvalho Filho

Rossana Maria Gondim Uchôa Araújo

Ricardo Marinho Castelo Branco

Sonja do Socorro de Sousa Silva

Teresa Rosa Teixeira Moura

Valdeck Rodrigues de Moraes

 Encerro, assim, esta minha manifestação, agradecendo ao Senhor meu DEUS pela permissão de ter podido realizar este sonho, como também, poder desejar a todos os que aqui se encontram, e às suas respectivas Famílias, um Natal e Ano Novo repletos de um sentimento chamado Amor, recheado de Caridade, Fé, Luz, Saúde e Esperança em todos os corações, agora e Sempre!

 MUITO OBRIGADO!

 

Carta de Despedida do Des. Haroldo Oliveira Rehem à Justiça Eleitoral

 Oi, tudo bem?

Como você já deve ter percebido pela extensão do conteúdo, esta é uma carta, uma carta de despedida, visto que hoje, aqui e agora, estamos encerrando, de forma definitiva, o nosso relacionamento. Digo que é em definitivo, em razão de que não mais irei, sob nenhuma hipótese, retornara você e nem para você, haja vista o acontecimento de um fator que fizera com que este nosso convívio chegasse a este desfecho. Calma, fique tranquila, pois não foi um ato de traição que um de nós tenha praticado,ou que o carinho, o afeto, a atração, enfim, o amor, tenha acabado, mas sim, uma dessas travessuras que a Vida nos proporciona ao longo da nossa caminhada, a fim de que possamos valorizar, mais e melhor, as experiências que nela tivemos a chance de vivenciá-las.

 

Lembro-me da primeira vez que lhe vi...Fiquei fascinado, haja vista que você revelava determinadas facetas que ainda não tinha notado, sentido e nem vivido ao longo desta minha Jornada. Naquela ocasião você não vestia um Valentino Garavani, Tom Ford, Ralph Lauren, Dolce & Gabana, ou qualquer outro costureiro mundialmente famoso, e nem se achava usando colar, brincos, pulseira ou anéis da maior joalheria do mundo, a Cartier, como também não exalava um perfume da Coco Chanel, Versace, Dior, Givenchy, Narciso Rodriguez, Carolina Herrera etc etc. Do mesmo modo, não estava linda e elegantemente vestida para ir a uma festa da high society, mas sim, apresentava-se como sempre o fizera, isto é, serena, tranquila, com um belíssimo e enigmático sorriso nos lábios, com um olhar profundo e penetrante a analisar a cada um dos que a rodeavam.Eu lhe desejei conjugando o coração e o cérebro nessa conquista, no lhe querer, uma vez que tinha a certeza que iríamos ter um ao outro. E lhe digo isso porque, conforme aprendi,foram momentos que já estavam previamente determinados para serem vividos, uma vez que “nada acontece por acaso”, o que é, para mim, uma das Verdades da Vida em toda a sua literalidade.

 Vi, outrossim, que você se mostrava divinamente altiva, reservada, plena de atração para quem lhe olhasse com um legítimo e carinhoso sonho de lhe conhecer um pouco mais de perto, sem esquecer, é claro, que resplandecia com a dignidade que sempre lhe caracteriza. Você era extraordinariamente cativante, misteriosa, e em razão do sentimento que passei a lhe nutrir, não fiz nenhum esforço para fugir à sua sedução!

 Já no nosso primeiro encontro, fiquei completamente envolvido, uma vez que estava comigo o que poucos homens poderiam ter o privilégio de desejar, de conseguir: o de ter você ao meu lado.E foi em razão desta certeza de que tínhamos um ao outro, que passamos a possuir uma convivência calcada nos sentimentos de fidelidade, carinho, respeito, atenção, diálogo, transparência e, acima de tudo, amor, amor este que provei sempre lhe ter e lhe entregar, e que o fora na sua forma incondicional, pois você era diferente,você era especial, você era única.

E aqui trago dois dos belíssimos e ímpares textos do inesquecível e imortal Antoine Saint Exupéry, do seu livro “O Pequeno Príncipe”: a 1ª,“Tu te tornas responsável por aquilo que cativas”, e a 2ª, “Era uma pessoa igual a cem mil outras pessoas. Mas, eu fiz dela um amigo, agora ela é única no Mundo”.

 Só se cativa e só se entrega a amizade, quando se ama, posto que aqueles jamais existirão se antes não existir este último.

 Esta ligação existente entre nós, fez com que eu pudesse sonhar durante muito tempo, sonho este que me fez vivernão só a felicidade, mas, também, a realização de me achar inteiro e completo neste sentimento que dentro de mim corria, pois tinha a inafastável certeza de que eu estava fazendo, a mim mesmo, muito feliz!

 Esta situação eu a viveria de forma diferente se estivesse com o intuito de satisfazer tão somente um interesse, e não a realização de um sonho que fora dantes buscado e que agora tinha a chance, a oportunidade, de torná-lo realidade.

 Interesse é, ao meu sentir, uma modalidade de agir na qual se busca um espaço para projeção exclusivamente pessoal, status material,e em sendo desprovida de qualquer sentimento altruísta, é imediatista, é mercenária, é mesquinha, é egoísta, cujo portador, dizem, que para realizá-la, presta-se a qualquer tipo de negociação, qualquer tipo de troca, ou venda, ou, de outra banda, torna-se subserviente, submisso, sem caráter, bajulador, isto é, transforma-se num verdadeiro capacho humano, tornando-se, por isso mesmo, incapaz de merecer o respeito de qualquer pessoa digna e honrada que toma conhecimento da forma como se porta e se posta para alcançar os seus maquiados objetivos. E sempre que assim me vejo pensando, pergunto-me qual o tipo de sentimento que alguém, ao assim se conduzir e/ou se comportar, tem, quando se olha no espelho? Acredito que não consegue ver nada, posto que nada tem para mostrar.

 Por outro lado, quando digo que vivi com você um sonho, afirmo que as sensações de uma completa alegria em mim mesmo se fez palpável, viva, concreta. Dissera eu que diametralmente oposto ao interesse, tem-se o sonho, o qual é parte de você, é uma extensão da sua existência, a qual clama e reclama que, ao se exteriorizar, faça-se real sob o manto do contentamento, da paz de espírito, do amor próprio, do autorrespeito,da auto realização, visto que é imorredouro, pois, permanecendo vivo, não tem a preocupação de ultrapassar qualquer sentimento digno e honrado que vise,a qualquer modo, desviar-se da sua honesta concretude, sendo que é determinado, transparente, único, verdadeiro, é calmo, é sereno, é atemporal é, principalmente, a revelação do conteúdo da sua personalidade, do seu caráter, do seu pensar, do seu agir e interagir, dos seus valores, enfim, porta-se e importa naquilo que você sente e vive na expectativa sobre o que é a felicidade, esta tendo a natureza de ser inegociável sob quaisquer valores. O sonho é você buscando a realização do que você tem de mais puro dentro de você mesmo. E é assim que eu tenho os meus. Posso pagar caro, muito caro, mas, deles jamais me afastarei, vez que busco realizá-los com o pensamento voltado exclusivamente para a minha elevação espiritual.

 Pois bem! Você me deu a realização de um sonho. Jamais encontrarei alguma maneira de lhe esquecer, pois, na forma que lhe sinto, você se tornou parte de mim. Assim, como não mais iremos ter um ao outro, a tristeza já começa a aflorar a minha mente, ao meu coração, ao meu espírito, redundando, consequentemente, numa saudade que também já faz doer... E inobstante tê-la sempre ao meu lado, nunca reclamei da sua presença, e jamais assim o faria, posto tratar-se de uma experiência que fez e faz parte da minha colheita para as minhas vidas futuras. Inobstante doer muito, silencio-me, uma vez que as alegrias que você me proporcionou, contrabalançam, em muito, o sentimento de perda, porém, uma vez mais, aquieto as batidas do meu coração, visto que,por ter sido um maravilhoso e verdadeiro aprendizado, passou a enriquecer o universo da minha Caminhada.

 Como diz o jargão hoje em dia bastante utilizado, “a fila anda”.

Esta frase, que passou a enriquecer o vocabulário popular, conceituando uma real e atual situação existente entre duas pessoas que acabaram de findar um relacionamento, e tendo logo em seguida cada uma delas iniciado uma nova relação, deixando assim para trás o seu parceiro de outrora, bem definecomo se mostra a fragilidade atual dos nossos sentimentos.

 Assim,e mesmo não sendo o meu caso, posto que não ser frágil o que nutro por você, posto que, enquanto nos foi possível, fui verdadeiramente feliz nessa troca de carinho, afeto, consideração, respeito, admiração, lealdade, amor, e, acima de tudo, aceitação pelo sonho que eu mesmo procurara. E justifico que esta feitiçaria que absorvi, senti e amei, fez-me viver um belíssimo e verdadeiro caso de amor.

 Pois bem! Tendo chegado a hora de partir, também chega a saudade,este sentimento que de nós se origina do querer, do gostar, do aceitar, do respeitar, do admirar, e, principalmente do amar, quando se descobre que, ao se estar sem a sua correspondência física, mental e espiritual, registra, de imediato, que a metade de nós mesmos ficou vazia, só podendo ela voltar a ficar completa, inteira, quando também voltamos a ter a quem buscávamos. E por assim pensar, sentir e viver, concluo com a certeza dizendo que, saudade é a outra banda do amor que se foi!

 Pronto! Nada mais tenho para lhe dizer, exceto que, o amor lhe tive foi oriundo de uma escritura pública lavrada pelo meu coração, tendo o seu registro imobiliário sido efetuado no cartório do meu espírito. Amei você, Justiça Eleitoral!

 Literalmente, Adeus!!!

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