TRE-PI presta homenagem ao dia do Piauí e ao dia do professor

Na Sessão realizada na manhã desta terça-feira (15), o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) prestou homenagem ao dia do Piauí e ao dia do Professor.

A sessão foi dirigida pelo presidente do TRE-PI em exercício, desembargador Pedro de Alcântara da Siva Macêdo.

Na ocasião, o Excelentíssimo Senhor Juiz Antônio Soares dos Santos, proferiu, de improviso, e com ilustrada inspiração, como costuma ocorrer com grandes oradores, discurso em homenagem às referidas datas, 15 e 19 de outubro, dia do professor e do Piauí, respectivamente.

Veja na íntegra o discurso do juiz Antônio Soares:

Senhor Presidente, Leon Tolstói ou Leão Tolstói, conforme queira a tradução, escritor russo muito conhecido, diz o seguinte: “Se queres ser universal, canta a tua aldeia”. Na verdade, o homem e a terra onde nasce formam a simbiose indissociável de sentimentos, de lembranças e de gostos, na reciprocidade. Ainda que distante, dela não se esquecerá.

E a terra... Pero Vaz de Caminha, quando aqui chegou, escrevendo a Portugal, disse: “Olha, Majestade, a terra é boa. E, plantando, tudo dá”. Mas entre a terra que é boa a todos, a nossa é melhor para nós. Se nós atentarmos bem, já dizia Plutarco: “Prefiro ser o primeiro nesta aldeia do que o segundo em Roma”. Isso denota exatamente a importância que tem o nosso torrão natal.

E nós temos aquela sensação de que vivemos em um estado em que o nosso coração pulsa, saltita, de contentamento nessa convivência, ainda que o calor seja exasperante, mas os sentimentos superam as sensações. E este sentimento de bem-querer, disse, por ocasião deste encontro de Ouvidores no Rio de Janeiro, que o Piauí, conquanto um dos menores da Federação, em termos de economia e finanças, enfim de riquezas, mas não o é em termos de sentimento acendrado de amor à pátria e vocação para a democracia.

O nosso estado do Piauí tem uma participação – todos tiveram, mas o estado do Piauí teve uma participação peculiar – uma participação da demonstração deste amor à terra, demonstrado pelo sacrifício. Amar na abundância provavelmente não tenha tanta dificuldade. Mas amar com sacrifício é a demonstração do verdadeiro amor. E aqui teve o sacrifício da própria vida, da vida daqueles que não deram importância a ela, se não ao seu objetivo maior, que era a liberdade, que era o sentimento de irmandade.

E como é do conhecimento de todos, o Piauí, no 13 de março, nas margens do Rio Jenipapo, ali, em Campo Maior, consolidou – como diz o Mão Santa – consolidou a independência do Brasil dos laços de Portugal, sem romper os laços afetivos, como menino que inicia, dá os primeiros passos e atinge a maioridade, tende a libertar-se sem perder o afeto às suas raízes e aos seus pais, mas quer andar com seus próprios pés.

E o Brasil deve muito ao estado do Piauí. No encontro em que tivemos de ouvidores dos tribunais regionais federais, no Recife, identificado logo de princípio ou a princípio como piauiense, o vice-presidente do Tribunal me levou a uma galeria de desembargadores federais e me mostrou um piauiense. Fizemos questão de tirar uma foto junto a ele, porque isso nos envaidece. Não uma vaidade pernóstica, mas uma vaidade de contentamento, de saber que o nosso estado é representado por cada um de nós. Nós é que somos o Piauí. E nesse sentido é que ele está jungido à nossa pessoa. E nesse particular, já dizia Sócrates: “Não digas de onde provêm enquanto não obrares bem”. E fico feliz porque no Brasil todo tem um piauiense de vez em quando aparecendo e se firmando, e elevando a estatura do nosso estado do Piauí.

Tivemos recentemente no Pará um piauiense que honrou, inclusive, a Corte Eleitoral daquele estado, que está conosco hoje, que é o juiz Daniel Santos Rocha Sobral. Isso naturalmente faz com que o estado seja visto pela atuação que temos ou que se tem de cada um de nós.

E neste momento em que se canta e decanta a nossa existência territorial, política, administrativa, o estado do Piauí não é o último da nação. O estado do Piauí tem se destacado preementemente nas letras, jurídicas inclusive, a exemplo do insigne Coelho Rodrigues, autor do anteprojeto do Código Civil. E o que é importante do piauiense é o acendrado amor que ele tem a esta terra de não negar as suas origens, Presidente. E eu faço questão de onde chego publicizar, a princípio, que sou piauiense, sou do Piauí. Naturalmente que fica a expectativa, com o peso da responsabilidade daquele que assume, antes de praticar as suas ações, porque a imagem daquele estado, daquela região, está a depender da atuação daquele seu filho ou daquele seu representante.

Mas o estado do Piauí tem se destacado nesta constelação de estrelas da bandeira nacional, como dos mais importantes, mais atuantes, mais ativos, mais diligentes e mais determinantes.

Na política, é notório, os nossos políticos piauienses, principalmente os da velha guarda, foram políticos que honraram o nosso nome, a nossa trajetória política no cenário nacional; nas letras, de igual modo; na medicina, de igual modo. Nós temos médicos extraordinários no Piauí que, quando se vai lá fora, perguntam de onde é fulano. É referência. De modo que isso nos orgulha muito, Presidente.

E cantar hoje o nosso dia, cantar hoje a nossa data, é um motivo de imensa satisfação. E o fazemos com o maior bom gosto, sem discurso escrito, porque, quando se fala com o coração, dispensa-se a pena. E o faço pelo sentimento mesmo de piauiense. Sou piauiense de vocação, de amor e de devotação ao nosso estado.

As terras do Piauí são as terras que a natureza engendrou para exatamente apetecer a todos os gêneros e preferências dos seus habitantes. Inicio ressaltando não a minha terra de Amarante como da mais importante que o é, mas, por dever de justiça, e até pelo nome, que foi citado ainda há pouco, do príncipe de Alcântara. E veja como o tempo passa rápido, Presidente, ano passado também fui designado para saudar o Dia do Piauí, e fui alertado, fui instado, fui até adivertido, porque não fiz referência ao nome da vossa terra particular que era São Raimundo Nonato. São Raimundo Nonato é o berço, não só do Piauí, mas é o berço do homem americano. E naturalmente instalado no Piauí, isso nos honra e nos traz como atração científica, histórica, para dizer de que o Piauí, na verdade, sobrepuja e ultrapassa os limites e as barreiras territoriais nacionais e vai ao mundo, visto que aqui era o berço do homem americano, lá, em São Raimundo Nonato, naquela terra inóspita, difícil, falta de água, falta de comunicação. Na verdade, o Eterno tem a sua engenharia e produz homens talentosos, extraordinários, homens humanos e humanitários, como o vosso pai, Presidente, que tenho notícia, pelo que li, era um médico humanitário.

De maneira que o Piauí tem essa diversificação, tem o nosso litoral, o bonito litoral piauiense que é o melhor litoral do Brasil. A nossa nesga de mar, de 66km, ultrapassa e sobrepõe a todos os demais pela beleza natural e pela sua acessibilidade com tranquilidade, sem tubarões, sem águas-vivas. E o mais, as águas aconchegantes e térmicas. Nós temos o nosso sul do estado, extremo sul do estado: Corrente – o grande chapadão –, região propícia para o criatório de gado, mas não só isso, também é uma forma de integração de todo o estado do Piauí. Nós temos a nossa querida Amarante, que é o berço de Antônio Francisco, o autor do hino piauiense, que o fez com muito brilhantismo, saudando o nosso Parnaíba: "Rio abaixo, rio arriba". Naturalmente, dizia ele, que, se há um céu na terra, é Amarante, representando exatamente esse céu na terra nas nossas montanhas e vegetações. Nós temos a cantada e decantada Santa Filomena. Santa Filomena, Presidente, quem não foi, precisa ir, para sentir a realidade do Piauí, a inospitalidade climática do Piauí. É uma região inóspita, mas é uma região rica, abundante, produtiva. Mas é uma realidade que, diferente de todos, porque é peculiar da sua região, a dificuldade de comunicação, de transporte e tudo o mais.

De modo que nós temos a nossa grande Teresina, cidade de nome de princesa. Teresina é muito acolhedora, é a capital de todos nós, mas nem por isso se perde o apego àquele torrão específico no qual nós nascemos, cada um de nós. De modo, Presidente, nós temos outras regiões, Curimatá, por exemplo. Estive respondendo por Curimatá, é uma região extraordinária, seca, tórrida, mas é um povo alegre, sempre alegre. E é um povo que parece que não percebe a realidade onde vive, porque vive numa realidade que imagina, pelo humor e pelo carinho que tem a sua terra. De modo, Presidente, que o Piauí todo é este celeiro, celeiro de belezas naturais, celeiro de intelectualidade, é este celeiro de sabedoria, é este celeiro de destaque nacional.

E aqui quero, por último, ressaltar a nossa agricultura, que na verdade é a última fronteira agrícola do Brasil, atraindo brasileiros de todos os quadrantes, dos quatro cantos do país. Isso representa, Sr. Presidente, que o Eterno foi benéfico conosco, dando-nos terras férteis, homens valorosos, inteligentes e que têm servido à sua pátria.

De modo que eu quero também homenagear aquele que é a causa de todas as profissões, que é o Magistério. Exerci o magistério muito tempo, do primeiro, segundo e terceiro graus, por muito tempo. É uma profissão que dá prazer se fazer e se exercer. Naturalmente que não se leva em conta, não se tem o devido prestígio a essa profissão, sobretudo, no primeiro e no segundo graus. Mas é fundamental para que hoje nós estejamos aqui. Não devemos esquecer as origens e o caminho que percorremos, para que se abram novos caminhos e novas perspectivas. Portanto, Sr. Presidente, neste dia do Piauí, antecipadamente no dia do Piauí, nós queremos deixar a todos um abraço forte e caloroso, e, por unanimidade, desta Corte, dos nossos pares, no nosso nome, e no nome do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí, saudar o nosso estado com ardor, com fervor, com amor, e com determinação de luta para que possamos colocá-lo, na verdade, na posição de destaque que ele bem merece nesta constelação de todos os estados brasileiros.

Muito obrigado, Presidente.

 

Fonte: Serv. de Imp. e Com. Social

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